La 6ème Biennale

Contribution recherchée

Atelier : Comment les analyses de la pratique dans la formation renouvellent-elles les questions de l'identité et de la culture ?


Titre : A prática pedagógica como objeto de análise leitura e relação como saber nos primeiros anos de escolarização (Este trabalho conta com o financiamento da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior)
Auteurs : ESPINDOLA Ana Lucia

Texte :
O presente trabalho é parte da tese de doutorado que ora desenvolvemos na Universidade de São Paulo e tem como objetivo discutir o lugar da leitura nos primeiros anos de escolarização enfocando a questão da relação com o saber desenvolvida por alunos e professores de três classes de alfabetização de uma escola pública da rede estadual de ensino de Mato grosso do Sul, Brasil(O ensino por Ciclos em Mato Grosso do Sul se caracteriza pela continuidade de tres series (antigo Pré-Escolar, primeira e segunda séries) sem retenção. O primeiro Ciclo foi implantado a partir de 1998 e os demais estão em processo de implantação na rede). Trata-se de um estudo de caso que visa colher subsídio para a construção de um referencial de análise que possa ser usado com um número maior de sujeitos.
Objetivamos responder basicamente duas questões : a) Que sentido os professores dão ao seu trabalho enquanto alfabetizadores ? b) Qual a mobilização apresentada pelas crianças em relação ao aprendizado da leitura ? Para desenvolver tal trabalho, nos ancoramos nos estudos sobre relação com o saber tal como vem sendo proposto por Bernard Charlot e pela equipe ESCOL, bem como nos estudos que apontam a leitura como uma prática social.
Para responder as questões levantadas utilizamos como instrumentos para coletas de dados entrevistas semi-estruturadas com as professores e registro em video - com posterior transcrição - de aulas envolvendo atividades de leitura durante o ano letivo de 2000.
Após a transcrição das entrevistas foi possível identificar dois tipos de função dada à escola pelas professoras da pesquisa : uma que chamamos de função ética-emocional e outra denominada de função intelectual.
Na analise dos registros em vídeo observamos que, embora diferentemente daquilo que é apontado pelas professoras, as atividades de leitura não se revelem como algo sempre prazeiroso, percebe-se uma mobilização (Mobilização é aqui entendida como "pôr-se em movimento" (Charlot, B. Da relação com o saber. Porto Alegre : Artes Médicas Sul, 2000 :) e, ao contrário de 'motivação' que presume uma ação de fora para dentro, esta irá presumir uma ação de 'dentro' para fora. Assim, mobilizar-se para algo é colocar-se em movimento, engajando-se em uma determinada atividade).
das crianças em relação a este aprendizado.
As crianças participam, colocam questões, buscam resolver conflitos tanto com seus pares como com a professora. Por outro lado, também questionam a forma como estão sendo apresentadas a esse saber. Algumas chegam até mesmo a se recusar a executar certas atividades para a qual não vêem sentido.

Menu